O meu primeiro gato e eu

Como acarinhar um gato: 5 conselhos Como acarinhar um gato: 5 conselhos

Como acarinhar um gato: 5 conselhos

Antes de aprender como acarinhar um gato...

De certeza que já conheceste gatos que adoram festas, mas também é verdade que nem todos gostam delas. Para entender a razão, vale a pena olhar para alguns séculos atrás e recordar qual a origem dos mais de 3 milhões de gatos que, segundo dados estatísticos nacionais, vivem atualmente nas nossas casas. 

Os gatos domésticos atuais procedem de uma espécie ancestral selvagem africana, o Felis silvestris lybica, que é também uma subespécie do gato-bravo. 

Foi “apenas” há cerca de 4.000 anos que o ser humano domesticou o gato. Ainda que pareça muito tempo, na história da evolução 4.000 anos não é nada. De modo que isso explica o facto de os gatos domésticos possuírem uma distância genética relativamente pequena dos seus ancestrais selvagens. 

Porque temos de te explicar isto, quando apenas queres saber como se acarinha um gato? A razão é que o teu gato é mais parecido com o seu antecessor selvagem do que parece à primeira vista. Como explica a etóloga de felinos, Lauren Finka: 

“O cérebro dos gatos domésticos ainda está programado para pensar como o de um gato selvagem. Deves saber que o gato selvagem leva uma vida solitária. Ele investe um tempo e esforço consideráveis para se comunicar de maneira indireta, usando mensagens visuais e químicas para evitar que se relacione demasiado.  

Desta forma podemos ver que os gatos, por definição, não são animais “programados” para o contacto físico direto. Isto é algo que entra em rutura com a tendência genética da espécie humana, que é altamente social. 

Para as pessoas, a aproximação e o contato são provas de afeto. Para os gatos, não são. Essa diferença é produto da evolução genética de ambas as espécies. 
 

 

Instruções sobre como acarinhar um gato

Agora que já sabes que o teu gato é mais parecido com um gato selvagem do que provavelmente achavas, já estás preparado para entender que quando mostras afeto a um felino:

O objetivo de uma carinho deve ser sempre que ambas as partes disfrutem, tanto quem dá o mimo como quem o recebe.  

Partindo desta premissa, vejamos as seguintes instruções sobre como acarinhar um gato:

1. O gato deve sempre poder escolher e controlar as interações.  

É importante não forçar, mas sim observar se o gato tem vontade de receber as nossas provas de afeto. Devemos verificar se o gato se aproxima intencionalmente e sobretudo, deixá-lo ir-se embora quando não queira que lhe toquemos mais.

Está demonstrado que é mais provável que as interações durem mais quando é o gato que as inicia – e não quando são as pessoas. 

2. Nunca o acarinhes de surpresa

Seguindo o pensamento do ponto anterior, lembra-te que uma das regras sobre como acarinhar um gato é deixá-lo escolher se quer ser acariciado ou não. Por este motivo, não o chateies com mimos inesperados. Não te surpreendas se ele os rejeitar porque não lhe apetece festas num dado momento. 

3. Escolhe as partes do corpo mais adequadas para fazer festas

Normal geral, as zonas que dão mais prazer ao gato de serem acarinhadas são as zonas onde se localizam as glândulas faciais

  • Por trás das orelhas
  • Debaixo do queixo
  • Perto das bochechas 

As zonas que não gostam tanto de receber festas são: a barriga, o dorso e a base da cauda.

4. Não encurrales nem repreendas o teu gato só porque ele não quer festas

Agora já sabes que os felinos não utilizam a mesma linguagem que nós. O contato físico direto não é a sua forma natural de demonstrar afeto. Assim, vale a pena respeitar e compreender esta realidade, tratando-se do melhor conselho que podes receber sobre como acarinhar um gato. 

5. Se o gato mostrar sinais de tensão, não o incomodes

O ideal é que o teu gato não chegue a mostrar indícios de que se está a sentir incómodado, mas se não te deste conta que ele não quer mais festas, simplesmente deixa de lhe tocar.  Caso tenhas ultrapassado o seu limite de tolerância, toma nota das suas reações para uma próxima vez que te aproximes. Assim, saberás que tens de ser mais comedido com as festinhas noutro momento. 

Sinais de que o teu gato está a gostar das festas

  • Tem a cauda levantada e é ele que quem inicia o contato
  • Ronrona ou amassa com as patas da frente.
  • Move a cauda de forma suave e de um lado para o outro enquanto a estica para o ar.  
  • A sua postura corporal e expressão facial são relaxadas: para mais detalhes sobre as posturas corporais do felino e aquilo que expressam, podes ler este artigo sobre a linguagem dos gatos. 
  • Quando paras de da festinhas, ele empurra a tua mão como quem pede que continues.  

Sinais de que o teu gato se está a sentir incomodado com as festas 

De seguida, enumeramos alguns dos principais sinais de stress que deves aprender a observar, para que saibas como acariciar um gato. Toma nota destes sinais, pois estes são válidos para alertar em relação a outras situações de tensão na interação do quotidiano. 

  • Tenta escapar ou move a cabeça no sentido contrário ao da pessoa que lhe está a dar festas. 
  • Movimenta a cauda de um lado para o outro com rapidez. 
  • Tem as orelhas achatadas ou quase dobradas sobre a sua cabeça.  
  • Não ronrona nem busca o contato físico. 
  • Lambe o nariz ou sacode o corpo. 
  • Começa a lamber-se e a limpar-se repentinamente. 
  • Pisca os olhos de forma exagerada 
  • Contrai o dorso.
  • Fica de pelo eriçado.  
  • Morde ou arranha a mão que lhe está a dar festas. 


Alguns gatos reagem com agressividade às festas, enquanto outros as vão tolerando, ainda que não gostem muito delas. No momento de saber como acarinhar um gato, deves ter isto em conta, pois existem estudos que demonstram que os gatos inibidos que se deixam tocar mesmo quando não gostam. Estes acabam por possuir níveis de stress mais altos, do que outros gatos que não permitem, de todo, o contato físico. 

Porque é que alguns gatos não gostam de carinhos?

Parte da explicação a esta pergunta, remonta às origens do gato. No entanto, existe outro fator determinante. 

Das duas às sete semanas de vida, os gatos passam por aquilo que se chama “período de socialização”. Se o contato com pessoas durante esta etapa for negativo ou até mesmo inexistente, é muito possível que deixe uma marca irreversível no gato. Ele poderá passar a ver sempre o ser humano como uma ameaça. 
 

 

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